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No jogo que podia decidir o título, fosse para Benfica ou Sporting, fica tudo adiado para a última jornada, após o empate a um golo no Estádio da Luz. Trincão marcou aos quatro minutos, Aktürkoğlu aos 63′ repôs a igualdade.
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Estava em jogo a liderança e ambas as equipas apresentaram-se na máxima força, com Carreras e Di María no onze encarnado e Diomande e Hjulmand de início nos Leões. E num jogo de tamanha importância, em que a pressão estava mais do lado do Benfica, o peso psicológico que poderia ter um golo cedo, para quem o marcasse e também para quem o sofresse, seria enorme. E isso verificou-se mesmo, para o lado do Sporting, que tinha a vantagem de poder jogar com dois resultados para manter o primeiro lugar. Aos quatro minutos, numa jogada típica mas tantas vezes eficaz, a bola foi colocada em Gyokeres na esquerda, que conseguiu atrair três adversários e com isso abriu-se espaço à entrada da área, onde apareceu Trincão a rematar de pronto, muito chegado ao poste, de nada valendo a estirada de Trubin. Di María respondeu quase de seguida, aos seis, com um remate de longe que passou muito perto do ângulo superior.
O Sporting estava muito confortável e o Benfica visivelmente nervoso, com vários passes errados e incapacidade para os jogadores combinarem entre si; em suma, o Sporting estava com a lição bem estudada e o Benfica desinspirado. A partir dos 25′ isso começou a mudar, com o Benfica a entusiasmar-se. Aos 28′, Pavlidis conseguiu libertar-se da marcação e isolou Aktürkoğlu, que tentou contornar Rui Silva mas o guardião foi gigante, esticando o braço no último instante e roubando a bola; no seguimento desse lance, cruzamento largo para a área e Di María, sem marcação, atirou por cima mas muito perto da barra. Os Leões saíam para o ataque pela certa e com cautela e aos 35′ Geny testou a atenção de Trubin, que segurou um remate forte mas que foi à figura. Gyokeres, mesmo marcado em cima, dava sempre trabalho, e aos 38′ rematou para defesa incompleta de Trubin, mas na tentativa de ir à recarga acabou por fazer falta e com isso anular o remate certeiro de Pedro Gonçalves.
Ao intervalo Bruno Lage avançou logo com uma substituição, tirando Di María, que apesar de dois bons remates estava desinspirado ao nível do passe e do desequilíbrio na ala, fazendo entrar Schjelderup, que na final da Taça da Liga ganha pelas Águias tinha marcado ao Sporting. O Benfica começou a tentar pegar no jogo, aproveitando algum retraimento consentido do Sporting, mas acabava por continuar a abusar dos cruzamentos, que se revelavam fáceis, fosse para cortes ou para Rui Silva agarrar. Aos 54′, Pavlidis recebeu de costas, rodou e rematou, mas Diomande meteu-se no caminho e desviou para canto. O Sporting sabia jogar com o tempo e isso era algo que enervava o Benfica. Aos 59′, grande corte de Hjulmand, tirando a bola do alcance de Schjelderup quando este já tinha armado o remate.
Os anfitriões assumiam as despesas do jogo e aos 63′ surgiu o empate. Jogada maradoniana de Pavlidis na área, a passar por vários jogadores antes de servir Aktürkoğlu à boca da baliza, que encostou, mas o que acabou por ser decisivo foi a bola a embater em Maxi Araújo antes de entrar. Aos 71′ Bruno Lage arriscou ao tirar Tomás Araújo para meter Belotti, enquanto do lado contrário Rui Borges lançou Quenda para o lugar de Pedro Gonçalves para tentar travar o crescimento encarnado. Só aos 76′ aconteceu o primeiro remate do Sporting na segunda parte, com Trincão à entrada da área a rematar em arco por cima. A reviravolta esteve perto de acontecer aos 76 minutos, quando Belotti ganhou no lance dividido, arrancou pela direita e serviu Pavlidis, que rematou de pronto mas viu a bola acertar no poste.
Nos minutos finais houve refrescar das equipas, com ambos os treinadores a mudarem e o nervosismo a crescer, do lado do Benfica por um golo imperioso que não chegava, do lado do Sporting por segurar um resultado que lhe dava vantagem no confronto direto e a manutenção da liderança. Em termos de futebol jogado, de relevo apenas uma perda de bola na saída para o ataque do Benfica, com Gyokeres a recuperar, arrancar rumo à baliza e rematar de longe para defesa fácil (85′).
A decisão sobre o campeão fica guardada para a última jornada mas o impacto psicológico faz com que a vantagem esteja do lado dos Leões, pois jogam em casa, frente ao Vitória SC, enquanto o Benfica perdeu uma ocasião de ouro para ultrapassar o rival lisboeta, seguindo-se uma difícil deslocação até ao reduto do SC Braga e não dependendo apenas de si para ganhar o título. Por tudo isto, o bicampeonato para o Sporting, algo que não acontece há 70 anos, está ao virar da esquina.
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