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Sérgio Conceição: “Em sete anos fizemos 900 milhões de euros”

Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, fez a antevisão ao dérbi em casa do Boavista, da 16.ª jornada da Liga Betclic, agendado para as 20h45 de sexta-feira.

Fala-se de um reforço para o eixo da defesa, o que pode dizer sobre isso? Há outras posições que queira reforçar?
“Estamos a estabelecer alguns contactos. Percebem a situação das equipas portuguesas ou pelo menos da nossa, cada um tem a sua realidade. Temos de ser inteligentes e criativos em tudo. Estamos a falar entre equipa técnica e não é o Sérgio Conceição que traz, vende e empresta. Dou a minha opinião. Temos um grandíssimo presidente, dirigentes e staff técnico, cada um dá a sua opinião e o presidente é soberano. Às vezes perguntam-me porque é que vendi este ou aquele, calma, um dia mais tarde posso ter outra função, mas neste momento tenho de dar uma opinião técnica.”

Fala-se de um reforço para o eixo da defesa, o que pode dizer sobre isso? Há outras posições que queira reforçar?
“Estamos a estabelecer alguns contactos. Percebem a situação das equipas portuguesas ou pelo menos da nossa, cada um tem a sua realidade. Temos de ser inteligentes e criativos em tudo. Estamos a falar entre equipa técnica e não é o Sérgio Conceição que traz, vende e empresta. Dou a minha opinião. Temos um grandíssimo presidente, dirigentes e staff técnico, cada um dá a sua opinião e o presidente é soberano. Às vezes perguntam-me porque é que vendi este ou aquele, calma, um dia mais tarde posso ter outra função, mas neste momento tenho de dar uma opinião técnica.”

Há bons momentos do FC Porto que acabam por ser interrompidos por baldes de água fria. Isso preocupa-o? Encontra alguma explicação?
“Durante a época há altos e baixos, não queremos é que esses baixos coincidam com derrotas. Não podemos olhar para a estatística mas ver que espaços em que está o Makouta e o Pérez, o que o Bruno Lourenço gosta de fazer. Perceber o que fazem com bola e que dificuldades tiveram sem ela nos últimos jogos, tendo em conta os processos que o Ricardo tem tentado implementar. Para nós, o nosso trabalho é este. Em todos os jogos. Seja o Vilar de Perdizes, o Montalegre. O processo defensivo do Boavista não está muito diferente, mas tem um cunho pessoal. Temos o Boavista amanhã, que é o jogo mais importante, a seguir Estoril para a Taça e depois Braga e Moreirense. São quatro jogos extremamente importantes e temos de nos focar. Como disse o André Villas-Boas [em entrevista recente], com toda a inteligência, a época desportiva é mais importante do que todo o ruído que se crie à volta.”

FC Porto tem algumas ausências em janeiro, como vai fazer mais com menos?
“Esse tem sido o nosso trabalho nos últimos anos, e não aquilo que querem passar, um chorrilho de mentiras diárias que me deixam estupefacto, sinceramente. Quando dizem, e ainda ontem na televisão disseram que deito ao lixo 45 milhões, são notícias enganadoras e mentirosas que não fazem parte ou não têm de fazer parte. Ditas muitas vezes até parecem verdade. O David Carmo e o Veron vieram há dois anos para aqui, não esta época. Os nossos gastos foram sempre menores do que as vendas, anos após ano. Quando dizem que um jogador que está ‘morto’ como o Navarro ou o David Carmo, é mentira. Navarro realmente veio este ano e não encontrou espaço. Dou-vos o exemplo do Vitinha, que esteve emprestado, voltou e foi uma venda fantástica, foi formado no nosso clube. O David Carmo está a competir na equipa B, veio há dois anos e não este ano, Veron foi emprestado de maneira a melhorar o seu rendimento, percebendo que para um jogador ter sucesso é preciso mais do que um simples treino. E se se está lesionado, não se pode estar nesse simples treino. Estamos atentos aos ativos, mas não sou dirigente, scout, muito menos empresário ou assessor de imprensa desses empresários que metem essas notícias cá para fora. Há muita confusão e muita mentira, dá-se ênfase a qualquer desaire e abafam-se coisas positivas. Acabámos o ano de 2023 com 87 pontos, ninguém frisa nada disso, frisam que o Sérgio Conceição deitou milhões para o lixo e é pura mentira, quem atira para o lixo são esses senhores. Entre prémios da UEFA e vendas, em sete anos, fizemos 900 milhões de euros. De compras, dentro das condições que temos, em sete anos, gastámos 250 milhões de euros. É tanta a mentira…as coisas passam por ser verdade. Está aqui tudo no Transfermarkt. Foi o que conseguimos nestes sete anos, associados aos títulos que ganhámos. Sou o treinador mais titulado e isso não faz com que tenha menos motivação para ganhar. Para os verdadeiros sócios, não para os pseudos, os verdadeiros querem a vitória amanhã e o título no final da época. Isto acaba por ser importante, estamos numa altura crítica, e quem é minimamente inteligente percebe isto e o porquê do Sérgio Conceição ser o alvo número um.”

Leu a entrevista de André Villas-Boas, gostou de conhecer algumas ideias?
“Dei uma vista de olhos, mas o que me saltou à vista foi que a época é demasiado importante para dar atenção a outras coisas.”

A que se deve a falta de adaptação dos reforços?
“São processos naturais. Uma coisa é termos capacidade financeira para irmos buscar jogadores com um arcaboiço diferente dos outros. Um jogador que sabe o que é jogar de três em três dias, que percebe o que é estar num clube em um empate é uma derrota. O Alan Varela tem 22 anos, o Nico também fez ontem 22… O Fran Navarro, apesar de ter mais um ou outro ano que estes, veio do Gil Vicente. O Carmo veio do Braga e está num processo de evolução, não está ‘morto’. Agora passou a vítima. Não é vítima nenhuma, está a passar um mau momento, dentro dos parâmetros que acho que tem de passar aqui. Está a competir num contexto diferente mas está cá. Aliás, até posso confidenciar que o presidente me disse que recusou uma proposta de empréstimo com opção de compra por ele. Tudo o que custou 7 ou 8 milhões tem de jogar logo? Não é assim que funciona. E depois cabe-me a mim, sou pago para isso há sete anos e as coisas até me têm corrido mais ou menos bem. Tenho feito as minhas asneiras? Sem dúvida, mas acontece a toda a gente no mundo. O Brahimi saiu a custo zero, o Marega, o Uribe e jogaram até ao último minuto, porque com a dedicação e capacidade de trabalho deles tínhamos de tirar retorno desportivo desses atletas, para mim é igual, quero é ganhar. No final, sou o maior crítico de mim próprio, massacro-me muito a mim próprio, não quero errar, quero ser perfeito e o melhor profissional do mundo, mas por vezes não dá. Vivo de uma forma muito intensa, há pessoas que perdem e a seguir vão jantar, eu não. Para comer e dormir é difícil. Quando era miúdo era assim, levanta-me cedo quando era jogador para ver que nota me tinham dado nos jornais.”

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